quarta-feira, 29 de abril de 2009

A saga de Jeitosinha - Capítulo X - Mistério na casa de Jeitosinha

Naquela manhã de segunda, a mãe e os sete irmãos sentaram-se juntos para o café, na longa mesa da copa. Era tradicionalmente o momento em que a família colocava seus assuntos em dia. Mas um silêncio incômodo pairava no ar. Jeitosinha sondou cada rosto, buscando em algum deles um sinal que indicasse quem teria escondido o corpo de Ambrósio. ?? Claro que o pai não retornara da pescaria na noite anterior. Mas porque ninguém parecia se importar com o fato? Disfarçando o nervosismo, a moça arriscou perguntar à mãe:

- O papai não voltaria ontem?

- Sim, querida - respondeu Marilena - Mas ele ligou dizendo que uma ponte caiu e que eles estão isolados na vila onde foram pescar.

- Era a voz dele, mãe? Tem certeza?

- Que pergunta… Claro, minha filha. A ligação estava ruim, mal escutei o que ele dizia. Mas quem mais poderia ser?

Arlindo, o ciumento irmão mais velho, esboçou um sorriso enigmático, que Jeitosinha rapidamente captou como um indício de culpa. “Sim! Arlindo! Só pode ser ele!”, pensou. “Arlindo sempre desconfiou de que havia algo errado comigo. Ele nunca perdoou papai pelo carinho que me dedicava. Ele sabe, por alguma razão, que fui eu quem matou papai e apagou as evidências como parte de um plano de vingança! Mas porque esconder o corpo, em vez de simplesmente me entregar à polícia?”. As perguntas atormentavam a mente limitada de nossa heroína loira. Ela voltou para o quarto, cobriu o rosto com o travesseiro e começou a chorar baixinho. No princípio, chorava por medo. Pela confusão que tomara conta de sua vida. Mas logo sua dor se transfigurou, e Jeitosinha passou a verter seu pranto por saudades do seu Thiago. Lembrava-se das mãos do amado percorrendo seu corpo. Sentiu um calafrio e uma onda de excitação só de imaginar o toque suave de seus dedos. Neste momento, abruptamente, Arlindo abre a porta. Jeitosinha ainda tem tempo de disfarçar as lágrimas. Mas não a ereção.

- Ahá… Eu sabia! - Bradou o irmão, radiante, enquanto uma descarga de adrenalina fazia desaparecer do jeans apertado o volume comprometedor.

Conseguirá Jeitosinha escapar da revolta de Arlindo?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A saga de Jeitosinha - IX

Passava da meia-noite quando Jeitosinha voltou para casa. Seu álibi foi perfeito: consumiu as últimas horas estudando Geografia com uma amiga, como costumava fazer.

Ela estava impressionada com a própria frieza: conseguiu concentrar-se nos livros e conversar amenidades, como se nada tivesse acontecido. Mas ainda sentia nas mãos o tremor da serra elétrica. Os gritos de Ambrósio continuavam ecoando em seus ouvidos. Eram sensações surpreendentemente gostosas. Arrependimento mesmo, só o de ter perdido o capítulo da novela das nove. “A mamãe eu matarei na hora do Jornal Nacional”, jurou para si mesma.

As luzes da sala estavam acesas. Viu pela janela os vultos de seus familiares. Entrou pela porta principal, preparando-se para fingir dor e desespero ao se deparar com os pedaços de carne e ossos de seu pai espalhados pela sala. Mas qual não foi o seu espanto ao perceber que não havia na casa um só vestígio de seu crime hediondo! Quatro de seus irmãos, inclusive Adenair, estavam assistindo TV, tranquilamente. Sua mãe havia se recolhido ao quarto.

- Onde está o papai? - perguntou.

- Foi pescar - respondeu Amarildo, o segundo filho de Ambrósio e Marilena.

- Pescar?

- Sim, deixou um bilhete com a mamãe, dizendo que resolveu na última hora e que volta amanhã à noite.

As belas pernas de Jeitosinha estremeceram e ela sentiu uma estranha vertigem. Realmente seu pai era dado a estes rompantes e o sumiço não chegava a espantar ninguém em sua casa. “Será que tudo não passou de uma alucinação?”, questionou-se. Mas não. Observando o revestimento plástico do sofá onde o crime havia acontecido, percebeu o cheiro de detergente e marcas de pano, que sugeriam uma limpeza recente. Jeitosinha puxou seu cúmplice, Adenair, até o quarto.

- O que está acontecendo?

- Eu é que te pergunto! - retrucou o irmão - Você não iria matar o papai?

- Matei! Eu matei! Alguém escondeu os restos, limpou a sala e ainda deixou um falso bilhete para a mamãe!

Adenair deu um gritinho ansioso e histérico. Jeitosinha esbofeteou-lhe a face e disse, resoluta:

- Calma. Você já esperou mais de 20 anos. Não acho que seja a melhor hora pra soltar a franga…

Aguardem o próximo capítulo!

sábado, 25 de abril de 2009

Momento Retrô!

Na voz de Paula Fernandes, Dust in the Wind!

Poeira no vento
Tudo que nós somos é poeira no vento...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Susan Boyle

Só pra quem ainda não viu/ouviu.

Porque se usa aliança no quarto dedo

A Saga de Jeitosinha - VIII

Adenair, que era estagiário na Secretaria de Meio Ambiente do município, conseguiu, sem chamar a atenção, retirar uma moto-serra no almoxarifado da Prefeitura. Como o dia seguinte seria um domingo, ele teria tempo de limpar a ferramenta e devolvê-la a seu local de origem antes que dessem pela sua falta.

Ao cair da noite, ninguém na família poderia imaginar o drama que se desenrolaria nas próximas horas. Um por um, os irmãos mais velhos foram saindo, como quaisquer jovens numa noite de sábado. Adenair foi o último a deixar a casa. Controlando as emoções, despediu-se do pai sem despertar suspeitas.

Enfim sós, Jeitosinha e Ambrósio assistiam ao telejornal das oito. Ela usava um vestidinho curto. Balançava provocativamente as pernas, mostrando toda a extensão de suas coxas bem torneadas. A loira sabia que o pai moralista logo iria implicar com a roupa.

- Precisa usar um vestido tão curto? Vá já se vestir direito!, Ordenou Ambrósio, apontando para o quarto de Jeitosinha.

Era a deixa que a moça esperava. Ela entrou no seu quarto e reapareceu poucos minutos depois, causando a última e pior visão que aquele homem rude jamais tivera. Sua filha, seu meigo tesouro, estava completamente nua, portando a serra elétrica. Mas o maior espanto de Ambrósio foi constatar a existência de uma outra ferramenta, pendurada entre as pernas da bela loira.

- N-não pode ser! Não pode ser! O que é isso? - balbuciou o homem, com uma expressão patética, indicando o bráulio de Jeitosinha.

- Isto sou eu, papai! Eu sou o monstro que você criou!

O som ensurdecedor da serra abafou os gritos desesperado do homem, que de tão surpreso sequer teve forças para lutar.

Minutos depois, tudo era silêncio e calma. Jeitosinha tomou um banho demorado, vestiu-se, escondeu a serra elétrica num terreno próximo, seguindo o plano previamente combinado com o irmão, e dirigiu-se tranquilamente à casa de uma amiga, deixando montado na sala de sua casa um cenário dantesco.

Estava encerrada a primeira etapa de sua vingança. Ou pelo menos Jeitosinha imaginava que sim…

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Futebol Filosofal



Ainda bem que os jogadores de verdade não precisam pensar tanto pra jogar... =P

sábado, 18 de abril de 2009

Maísa - Bexiga Rosa

indicação da Raíssa

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Para Uma Avenca Partindo .: Caio Fernando Abreu

Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualquer atraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah, sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê.

________________Indicação da Lud

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desentupidor de canos original



Nada há a melhorar no tradicional desentupidor de canos: é eficaz, barato e simples de usar. No entanto, o designer Rafael Morgan entendeu que o simpático objecto precisava de um pouco mais de estilo e, talvez, de um significado, recorrendo à nossa memória colectiva. Assim, inspirando-se no famoso filme de Alfred Hitchcock Psycho, de 1960, redesenhou o cabo do objecto dando-lhe a forma de uma faca e evocando a cena do esfaqueamento no duche. Devemos reconhecer que a relação entre a forma e o seu uso é muito adequada. Desentupir um cano nunca mais será o mesmo...



E para quem não conhece ou já esqueceu, aqui fica a cena do duche, belíssima e aterradora, como só o mestre sabia fazer.



Publicado por bjr (Fundador do obvious. Autor e actual responsável pela plataforma tecnológica) em 13 abr 2009.

Fonte: http://blog.uncovering.org

A Saga de Jeitosinha - VII

Não foi difícil para Jeitosinha convencer Adenair a juntar-se a ela em seus planos de vingança. Ele sabia que seu pai, violento e castrador, jamais o deixaria sair do armário. Com Ambrósio morto, um novo horizonte, muito mais colorido, se desenhava à sua frente.

- Já pensou, Jeitosinha? Vou poder comprar um Ka dourado… Colocar piercings nos mamilos… Fazer backing vocals no show do Edson Cordeiro! Dançar techno que nem o mineiro.

Adenair só não estava muito certo sobre a morte da mãe. Marilena sempre foi uma mulher zelosa de seus filhos, e muito carinhosa com os sete.

- Você acha que o erro da mamãe foi assim tão grave? - perguntou.

- Se eu acho? - indignou-se Jeitosinha - Minha vida foi uma farsa!

- Mas sempre é tempo de recomeçar… Você pode fazer uma operação de troca de sexo…

- Não é tão simples. Eu gosto de mim como sou! O problema é que o mundo não está preparado para aceitar pessoas diferentes!

- Pôxa… O mundo aceitou o Michael Jackson! - ainda insistiu Adenair.

Mas Jeitosinha estava decidida.

- A vingança vai começar. Papai será a primeira vítima.

- Qual é o seu plano?

- Amanhã é sábado. Neste dia, à noite, todos os nossos irmãos saem para se divertir.

Mamãe tem a novena na casa de Dona Nair e papai e eu costumamos ficar sozinhos em casa.

Adenair ouvia com atenção o plano traçado por Jeitosinha na noite anterior.

- Papai terá uma morte violenta. Sangrenta. Algo tão hediondo que ninguém suspeitará que o crime poderia ter sido praticado por uma pessoa como eu, uma jovem loira, maravilhosa e frágil…

- E como eu poderei ajudar? - perguntou Adenair.

Jeitosinha esboçou um sorriso estranho e respondeu, num tom seco:

- Me arranje uma serra elétrica!

Sangue! Morte! Traição! Vingança!

Confira tudo isso e no próximo e mais emocionante capítulo!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Saga de Jeitosinha - Capítulo Seis Em Algarismos Romanos

Dos seis irmãos, só o mais velho não se dava bem com Jeitosinha. Todos os outros nutriam um enorme carinho pela caçula. Adenair, o sexto filho, um ano mais velho que a irmã, era o grande amigo e confidente da moça.

- O que foi, Jeitosinha? Você parece distante… - perguntou Adenair, durante o café da manhã. Jeitosinha percorreu a cozinha com os olhos e certificou-se de que os dois estavam sozinhos.

- Irmão… Você saberia guardar um segredo muito importante?

O moço gelou por dentro. Embora Jeitosinha não suspeitasse, Adenair também guardava um mistério. Ele balançou a cabeça positivamente, respondendo à pergunta.

- Então, vem comigo… A loira puxou o irmão pela mão até o seu quarto. Trancou a porta e desabotoou a calça jeans.

- Que é isso! O que você está fazendo, Jeitosinha? Sem dizer uma palavra, Jeitosinha exibiu seu membro masculino a Adenair.

- Não! Não pode ser! Me diz que isso é de borracha e que hoje é Primeiro de Abril! - reagiu o rapaz.

- ?? O que você está vendo, irmão… Eu sou homem!

- Não, Jeitosinha… Isso aí não quer dizer muita coisa… - o olhar de Adenair parecia estranho - Eu também tenho um e… e… - Jeitosinha entendeu na hora. Então não era por acaso que Adenair comprava todos os discos da Celine Dion e anotava as dicas da Ana Maria Braga.

- Adenair… Você é gay?

- Sim! Minha condição é muito pior do que a sua! - confessou o irmão, entre soluços - Você pelo menos pode usar aquele vestidinho pink ma-ra-vi-lho-so!

Jeitosinha abraçou Adenair e enxugou suas lágrimas com os dedos.
- Adenair… Só me tira uma dúvida…

- ??, Fui eu sim. - emendou o rapaz - Sua Barbie está no fundo da minha gaveta de meias…
E agarrou-se a Jeitosinha com uma enorme sensação de alívio.

Será que Adenair vai se juntar à irmã no plano de vingança?

Confira no próximo e emocionante capítulo!

\o/

A Saga de Jeitosinha - Capítulo V

Desilusão, medo, vergonha. Sentimentos variados dominavam a cabeça de Thiago quando Jeitosinha lhe expôs sua triste verdade. Sentia que ainda a amava e até compreendia que ela era a grande vítima desta trapaça do destino, mas o amor estava isolado por um intransponível muro de aversão.

- Não podemos continuar juntos, meu amor ! Eu sou hetero!

- Mas Thi… Eu continuo sendo a mesma !

- A mesma? Com aquela coisa enorme, que parece um celular Motorolla tijolão? Não, Jeitosinha. Lamento, mas está tudo acabado entre nós!

“Que somos, senão germes rastejantes num enorme teatro do absurdo?”, pensou a loira, tomada pelo desânimo. Jeitosinha voltou para casa com passos lentos, como se carregasse o mundo nas costas.

Ao entrar em casa deparou-se com Ambrósio.

- Onde você estava, tesouro? Papai já lhe disse que uma mocinha frágil não pode ficar zanzando por aí !

Embora fosse um homem violento, Ambrósio era sempre doce e atencioso com Jeitosinha. Por isso mesmo a filha, até então, o adorara. Mas agora, sabendo que vivia uma farsa, e que a origem de todo o seu sofrimento era o medo imposto a Marilena por aquele homem, sentia ânsias de vômito só de olhar para o seu rosto.

Vingança! Era tudo o que Jeitosinha queria naquele momento! A vingança penetrou cada pequena veia de seu coração, antes ocupado pelo amor que sentia pelo Thiago. Controlando o tom de voz e forçando um sorriso, Jeitosinha respondeu ao pai:

- Estava estudando com umas amigas. Estou com muita dor-de-cabeça e vou me deitar, papai. A moça se trancou no quarto e tirou da bolsa uma revista pornográfica, que acabara de comprar numa banca próxima à casa do Thiago.

- Então são assim os homens e mulheres! - disse baixinho para si, enquanto folheava a publicação.

Completamente nua, viu no espelho que era uma mulher perfeita. Comparou seu pênis com os dos atores pornôs da revista. Eram muito parecidos, embora o de Jeitosinha fosse maior.

(Comentário do postador: MAIOR??? o.O)

Tocou-se como nunca havia se tocado. Deixou-se dominar pela libido, livre da repressão imposta pelo pai. Ao deitar-se para dormir, Jeitosinha estava muito triste, mas não havia perdido a razão de viver. Ela sabia que tinha uma missão: Destruir Ambrósio, Marilena e Thiago.

Qual será o plano macabro de Jeitosinha?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Amazon tira de venda online livros com temática gay

Livros com temática gay ou lésbica de autores famosos como o premiado liberal Gore Vidal, a jornalista e autora americana vencedora do prêmio Pulitzer em 1993 Annie Proulx e E.M. Foster , que denunciou o preconceito sexual na sociedade britânica no século passado, sumiram da lista dos livros mais vendidos do portal de vendas Amazon, de acordo com informação publicada nesta terça-feira pela rede CNN.

Romances famosos como "Brokeback Mountain", de Prouxl, e "A Cidade e o Pilar", de Vidal, não apareciam no ranking na manhã desta terça-feira. No entanto, "Playboy: The Complete Centerfolds", que contém imagens de mais de 600 mulheres nuas, classificado como arte e fotografia, permanece na lista.

Milhares de usuários do site consideraram a retirado dos títulos da lista uma censura ofensiva. No Twitter, popular ferramenta de miniblog, e na rede social Facebook, a questão virou rapidamente tema de discussão e protestos ao longo do fim de semana. O Amazon negou acusações de que teria removido intencionalmente os títulos como uma estratégia para tornar a lista mais "familiar".

- Houve um problema no nosso sistema, que já está sendo consertado - disse a porta-voz do Amazon, Patty Smith.

O escritor Craig Seymour, autor de "All I Could Bare", disse em seu blog que sua posição no ranking de vendas caiu no início do ano e só voltou ao normal após um mês. O livro é classificado no site como um produto para adultos.

- Eu comentei isso com a minha editora, e eles começaram a prestar atenção. Também fiz uma pesquisa e vi que os únicos livros sem posição no ranking de vendas tinham conteúdo gay como o meu - acrescentou.

De acordo com o jornal inglês "Guardian", uma edição em brochura da autobiografia do ator e apresentador Stephen Fry, "Moab Is My Washpot", que o Amazon classifica como gay, está fora da lista, enquanto a versão de capa dura, classificada como "memória", continua no ranking.

Estar fora da lista dos livros mais vendidos significa perder destaque nas principais páginas do site, o que pode implicar significativa redução das vendas.

14/04/2009 | 16:18

Fonte: www.goiasnet.com

A Saga de Jeitosinha - Capítulo IV(ui!)

O mundo desabou diante dos olhos de Jeitosinha. Tudo o que ela pensava ser, todos os seus sonhos de menina e a possibilidade de um orgasmo múltiplo clitoriano eram subitamente arrancados para sempre de sua vida!

E o que ela diria a Thiago, seu amado, um rapaz de boa índole, do campo, que voltara dos Estados Unidos só para ficar com ela?

- Nunca vou te perdoar! Por que, mamãe? Por que você fez isso comigo?

A revolta saltava de seus olhos cor de esmeralda, como ondas de fogo.

- Calma, querida! Ainda posso desfazer meu erro! A gente conta tudo para o seu pai, eu compro pra você umas cuecas, você corta este cabelo, aprende a cuspir e coçar o saco… Enfim, você recomeça sua vida!

- Mas você não entende, mãe? Eu me sinto uma mulher!!!

- Tá vendo como tudo tem um lado positivo? Você é um traveco e sua mamãe aceita!

As justificativas de Marilena não estavam ajudando muito.

Desesperada Jeitosinha saiu de casa e vagou… vagou durante horas pelas ruas da cidade.

Acabou concluindo que o melhor era procurar Thiago e dividir com ele sua angústia.

“Se ele realmente me ama, vai me aceitar como eu sou”, pensou.

O rapaz se surpreendeu ao abrir a porta e encontrar sua amada.

Pela rigidez moral de sua criação, Jeitosinha jamais iria até o apartamento de um rapaz solteiro.

- Você aqui, querida?

A moça entrou muda e sentou-se no sofá. Thiago toca seu rosto.

- Você está estranha…é por que eu não te liguei? Desculpe, mas perdi meu telefone celular!

- Não é isso, Thi… - Sussurra Jeitosinha. Encarando o amado fixamente, ela pede, com a voz trêmula:

- Me beija! Me beija como se fosse nosso último beijo de amor!

Ondas de calor percorrem os corpos dos dois. Thiago começa a explorar o corpo da amada com as mãos, numa liberdade que nunca experimentara antes.

- Tenho algo importante a lhe dizer Thiago… - diz a bela loira, no exato momento em que os dedos do rapaz percebem um inesperado volume entre as pernas de Jeitosinha.

- Já sei, amor… - responde Thiago, abrindo um sorriso.

- Já sabe? - Surpreende-se a moça.

Thiago aperta levemente o pênis da loira.

- Claro, querida! Estou sentindo. Você achou o meu celular!

Será que o Thiago aceitará Jeitosinha? Confira no próximo emocionante capítulo que nem eu sei quando sai!

A Saga de Jeitosinha - Capítulo III

Só a voz de taquara rachada e a sandália número 41 davam indícios do segredo que envolvia a natureza de Jeitosinha. Mas o que todos viam era uma loira de 1,70 m, cabelos sedosos até a cintura, cativantes olhos verdes, cintura fina, coxas grossas e bem torneadas, seios pequenos e um bumbum perfeito.

“Como ela consegue não ter nenhuma celulite? Parece bunda de homem!”, alfinetavam as amigas.

Era sobre a beleza e feminilidade da filha que Marilena pensava, quando a chamou para uma conversa definitiva.

- Querida, tenho algo muito importante a lhe revelar.

- O que foi, mamãe? - perguntou Jeitosinha, apreensiva, lendo a angústia nos olhos da pobre senhora.

Marilena respirou fundo e foi diretamente ao ponto central do problema, como se tentasse extirpar com um único golpe o câncer moral que atormentava sua existência:

- Você não é uma mulher.

- Claro que não mamãe!

- Você já sabia, Jeitosinha? - Surpreendeu-se Marilena.

- Claro. Tenho minhas amigas na escola. Embora você nunca tenha me falado sobre essas coisas, eu sei que não sou mulher.

Marilena respirou aliviada.

- Então você já sabia que…

- Sim, mamãe. Eu ainda sou uma donzela.

Por um instante Marilena deixou-se abater pelo desânimo.

Pensou em sumir, dar cabo da própria vida, qualquer coisa que a livrasse da enorme decepção que teria que causar a filha. Mas Jeitosinha era uma garota doce e compreensiva. E mesmo sendo loira, devia ter, mesmo que instintivamente, a percepção de que não era uma moça como as outras.

- Querida… - Perguntou Marilena - você nunca notou nada de estranho no seu corpo?

- Bem, mamãe… - respondeu Jeitosinha, encabulada - eu nunca entendi muito bem por quê eu sinto uma dor horrível entre as pernas quando uso uma calcinha apertada ou tomo uma bolada no vôlei…

- O que mais, minha filha?

- Hummm… Nas aulas de Educação Sexual eu tenho uma certa dificuldade em entender por onde é que os homens depositam na gente as tais sementinhas…

Era a oportunidade que Marilena esperava para contar a menina toda a verdade.

Como Jeitosinha reagirá à constatação de que é espada?

Não perca o próximo capítulo.

A Saga de Jeitosinha - Capítulo II

Não foi difícil esconder do pai da criança a verdade sobre Jeitosinha. Ambrósio era um homem conservador e moralista, embora seus atos não correspondessem à disciplina rigorosa que impunha aos filhos e a esposa. Por esta razão, ninguém estranhou que desde muito cedo a caçula tenha sido criada em total isolamento em relação aos seis irmãos, sob o olhar atento de Marilena.

Para Ambrósio e os vizinhos, a intenção da mãe era preservar a honra e inocência da filha. A menina era o tesouro de seu pai. Sem contato íntimo com outras crianças, a própria Jeitosinha cresceu desconhecendo sua real condição de travesti. Os traços finos da criança colaboravam, e quando a adolescência chegou, Marilena passou a misturar hormônios femininos ao Biotônico Fontoura que dava diariamente a menina, com resultados surpreendentes.

Aos 20 anos, Jeitosinha era não apenas uma mulher, mas a mulher mais bonita do bairro. Foram raros os incidentes que ameaçaram revelar o segredo de Marilena. O mais grave aconteceu quando a menina tinha 15 anos. Era uma tarde de Domingo quando Arlindo, o irmão mais velho, entrou na sala gritando:
- Eu vi a Jeitosinha fazendo xixi em pé! Eu vi a jeitosinha fazendo xixi em pé!

Com presença de espírito, antes mesmo que Ambrósio raciocinasse sobre a frase, Marilena deu um safanão no rapazote:
- Espiando sua irmã no banheiro, não é, safado?

Diante da possibilidade de que a intimidade inocente de sua filhinha tivesse sido violada, Ambrósio deu uma surra de cinto no pobre Arlindo.
Só depois de muitas chibatadas é que foi cair a ficha:
- Peraí, moleque. Você disse que viu sua irmã mijando em pé? Que história é essa?

Mas quando Arlindo saiu do coma, uma semana depois, o pai já nem se lembrava mais da pergunta formulada segundos antes de ele perder os sentidos. Para Ambrósio, tratava-se apenas de uma brinca
eira do jocoso Arlindo. Aqueles foram dias difíceis para Marileusa. Mas a crise que aquela pobre mãe zelosa enfrentava agora, cinco anos depois, era muito mais grave. Estava chegando a hora de contar a verdade a filha: Jeitosinha estava apaixonada.

Jeitosinha resistirá à trágica revelação de sua natureza?

Confira no próximo e emocionante capitulo!

A Saga de Jeitosinha - Capítulo I

Existe uma novela circulando pelos e-mails e na medida que eu for recebendo eu posto aqui no blog

Uma obra de Kelson Rodrigues(quem ser?), A Saga de Jeitosinha!!!

Capítulo I - O nascimento de Jeitosinha

Ambrósio e Marilena já tinham seis filhos, mas a iminência da chegada de um sétimo rebento criava um clima de tensão no lar. As seis tentativas anteriores não foram suficientes para realizar o sonho do homem: ser pai de uma menina. Contínuo num banco de pequeno porte, indivíduo de temperamento difícil e tendo sido vítima de tortura durante a infância (era obrigado a se vestir de marinheiro e usar botinhas ortopédicas), Ambrósio vivia como uma bomba prestes a explodir.

Por isso Marilena nem se espantou quando o marido, com um tom de voz até doce se comparado ao tratamento habitual que dispensava a família, decretou:
- Se for outro cueca eu te mato, sua vaca!

Para a sorte da pobre mulher, Ambrósio estava no trabalho quando ela entrou em trabalho de parto. Ao conferir, com a criança ainda nas mãos da parteira, que se tratava de mais um menino, Marilena chorou compulsivamente.

Dona Nair, a velha parteira, tentou consolá-la com as palavras simples, mas sábias dos humildes:

- ?? Depressão pós-parto. Estima-se que ela atinja 10% das puérperas. Ela pode ser severa e resistente ao tratamento farmacológico, mas o estrogênio - em doses decrescentes, durante duas semanas, mimetizando o ciclo ovariano…tem sido eficaz em alguns casos, viu, ‘fia’ ?

- Não é isso, Dona Nair… - interrompeu a mulher, entre lágrimas. O problema é que o Ambrósio vai me matar se souber que é outro varão…

Dona Nair era uma mulher experiente. Com um sorriso maroto, sugeriu:
- Se é assim, crie o garoto como se fosse uma menina. Ambrósio nunca saberá a diferença…

- A senhora acha que isso pode funcionar? - animou-se Marilena.

- Já vi demais… Lembra daquela pivô que jogava na seleção de basquete?

Agarrando-se aquele fio de esperança, a mãe abraçou carinhosamente a criança e encheu-se de ternura.

- ??… pode dar certo. Até que ele é jeitosinho…

- Jeitosinha, ‘fia’… - corrigiu Nair - Jeitosinha!

Conseguirá Marilena levar esta farsa adiante?

Não perca o próximo capítulo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Teste seu cérebro!


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Terminem a História

Era uma vez, lá na Cidade das Bundas Brancas, uma linda jovens dos dentes amarelados encontrou um amuleto no chão de uma praça que o carteiro deixou cair de uma entrega do SUbmarino.com.

A menina, Lilibel, então sentiu uma sensação estranhíssima. Uma luz brilhou e então Lilibel...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Quarta Cultural

Aviso para os abonados de plantão.

Jô Soares (Pérolas de alunos)

Thundercats The Movie - Trailer Oficial

Um "Rei do Photoshop" criou este trailer para um suposto filme dos Thundercats, com direito a Brad Pitt e Vin Diesel no elenco.
Até o Garfiel ganhou uma ponta.
Muito massa!
Assistam.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Samba

Uma vez eu fiz um samba para uma morena que eu conheci:
Chama-se Moremba


Moremba

Lá vem a morena boa de samba

Vem toda arreganhada

Vem de um jeito que me assanha


Eh morena!

Olha só como você rebola,

Pra cima, pra baixo, pro lado e na hora,

Morena não pára!

Que o pandeiro pedi bis.


Samba morena, samba no salão.

Mostra tua dança, mostra tua paixão.

Samba morena, samba.

Samba pro meu coração.


Mas se a morena vai embora,

O samba fica triste,

E o pandeiro chora.

Todo mundo insiste

Morena fica, fica no salão.


"Aqui não há Lei. Não há nada. Só há nós. Nós somos a Lei."