Sonhos

Sonhos são libertações de tensões reprimidas do nosso inconsciente ou do nosso subconsciente.

A Mente Humana se divide em consciente – que é aquilo em que estamos concentrados no momento; subconsciente – uma espécie de “Biblioteca” onde ficam recordações facilmente lembráveis; e inconsciente – espécie de “sótão” da mente onde fica tudo o que se passou conosco, mas que não recordamos em estado normal; só em estados especiais, como os de hipnose e “relax”.

Nesses estados podemos descrever fatos da nossa infância remota, até os detalhes do nosso “batizado”!

Um desses estados especiais, em que temos acesso ao mundo misterioso do nosso inconsciente, é o sonho.

Embora não tenhamos conhecimento, em estado de vigília, dos fatos que estão impregnados em nosso inconsciente, eles influenciam a nossa vida de todos os dias, proporcionando-nos sensações estranhas das quais não temos o controle consciente, como angústia, ansiedades, medos, melancolias, ”fossas”, etc.

Ora, sendo o sonho uma libertação das tensões do inconsciente, ele nos permite acesso a essa face obscura na nossa mente e, assim, podemos passar a nos conhecer melhor e a nos dirigirmos.

Nosso inconsciente é uma força poderosíssima que deve estar ao nosso serviço.

Infelizmente, a maior parte da humanidade não passa de escrava, de “marionete” do seu inconsciente, cedendo a emoções que desconhece a origem.

Desde os primórdios dos tempos alguns “iluminados”, sábios, se propuseram à tarefa de pesquisar e interpretar os sonhos.

Lembramo-nos de José, decifrando os sonhos proféticos do faraó do Egito; ensinamentos carismáticos que foram instituídos por profetas em sonhos e os sonhos do esposo da Virgem Maria sobre o nascimento do Menino, que haveria de ser o Mestre dos Mestres.

Às vezes o inconsciente apresenta a tensão disfarçada em outra forma que lhe seja similar em algo: são os sonhos simbólicos.

Para compreendermos isto, é preciso sabermos que nossa mente não consciente é muito simplista: se, por exemplo, o pai de um jovem o esteja coagindo, frustrando seu desejo de liberdade, esse jovem poderá sonhar que seu pai está morrendo ou, até, com seu enterro; é uma maneira simples de o subconsciente eliminar a tensão atual.

Não quer dizer, contudo, que conscientemente esse jovem queira a morte do pai; o inconsciente possui certas censuras, e pode ser que, ao invés de sonhar que o pai tenha morrido, o jovem sonhe que a pessoa que se identifique, em algum aspecto, com o pai, o professor, por exemplo, que talvez, também lhe cerceie a liberdade, é que esteja morta.

O professor, nesse caso, é símbolo do pai.

Constatamos, assim, que não podem existir interpretações rígidas para cada símbolo sonhado.

Ele é um para cada pessoa, conforme as suas vivências.

Uma pessoa que tenha conhecido o “amor de sua vida” ao visitar o túmulo de um conhecido por quem não nutria carga afetiva, e que não tenha perdido um ente querido – sonhar com cemitério será para ela símbolo de amor e não de morte, como para a maioria das pessoas.

Quanto a sonhar colorido, embora seja algo muito pesquisado atualmente, temos observado que as pessoas que possuem mais “alegrias de viver”, otimismo, sensibilidade para se deter diante do esplêndido colorido deste nosso mundo multicor, tela panorâmica, 3ª dimensão – sem precisar “se drogar” para chegar a essa conscientização – sonha colorido.

É que, quando estamos tristes, entediados, apáticos, tendemos ao sonho acinzentado em preto e branco; embora não saibamos ainda até que ponto o cinema esteja influenciando essa diversificação de coloridos dos sonhos.

Se não sonhássemos, “explodiríamos” qual panela de pressão fechada.

Todos sonham, embora, algumas vezes, pensemos que não. Tudo vai da rapidez do inconsciente de alguns para se fechar mais depressa.

Se a pessoa que acha que não sonha colocasse sobre sua mesa de cabeceira lápis e papel – e a qualquer hora em que acordasse, mesmo pela madrugada, tentasse escrever, veria que, naquele momento, era capaz de registrar uma história – algumas vezes “verdadeiros romances” – com a qual teria sonhado.



Houve grandes fórmulas matemáticas, químicas, descobertas de causas de moléstias, etc... que foram sonhadas e imediatamente escritas.

Se o sonho é uma libertação de tensões do nosso subconsciente ... Onde está o inconsciente?

Não ocupa lugar algum no corpo, nem no cérebro. Serve-se dele apenas como um pianista se serve do seu piano, como o datilógrafo de sua máquina de escrever.

O cérebro é o computador eletrônico ... Quem é o programador?

Quando o nosso corpo morrer, que será feito de nossos inconsciente e subconsciente, que nunca ocuparam lugar no corpo nem jamais envelheceram?

Como na metamorfose das lagartas em borboletas, largarão o casulo e voarão rumo ao azul dos Céus? Que são o nosso inconsciente e o nosso subconsciente?

Quem somos nós, afinal?

Por Maria L. G. de MattosPublicado: 07/03/2007